quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Casa de Vidro - Lina Bo Bardi

Da série: Esses Arquitetos...

Continuando a falar sobre Lina, hoje vou falar sobre uma de suas obras mais fantásticas, na verdade é a que mais amo! No meu primeiro semestre de arquitetura, em um dos trabalhos, a escolhi por acaso, foi a obra que mais chamou minha atenção entres várias outras obras de vários outros arquitetos, fiz um estudo e uma tentativa frustrada de uma maquete dessa obra, durante o primeiro mês a odiei tanto por não conseguir representar  cada detalhe perfeitamente como merecia, que de tanto montar e desmontar acabei de apaixonando por cada pedacinho!!!

A Casa de Vidro


Obra: Residência Lina Bo Bardi;
Arquiteta: Lina Bo Bardi;
Local: Rua Gal. Américo de Moura, 200, Real Parque;
Ano do Projeto: 1949;
Proprietários: Pietro e Lina Bo Bardi;
Profissão: Crítico de arte e diretor do MASP;
Composição familiar: 1 casal;
Escritura: Projeto de Lina Bo Bardi e verificações dos cálculos de Túlio Stuscherf;
Construção: Comercial Construtura;
Período: 1949-1951;
Área terreno: 9.000 m²;
Área ocupada: 448,88 m²;
Área construída: 817,39 m²;


Orientações

Dormitórios: Face Nordeste;
Sala: Face Sudeste, Sudoeste e nordeste;
         E noroeste pelo pátio.

Construída numa área de 9.000 metros quadrados no Morumbi, então apenas uma mera retalhada em grandes lotes, a casa foi idealizada como um grande ateliê, ponto de encontro de artistas que usariam as oficinas a serem edificadas pelo MASP na vizinhança. Implantada num terreno com declividade acentuada, o volume da frente reunindo o setor social e íntimo lança-se apoiado sobre pilotis, enquanto a parte dos fundos destinada ao serviço descansa sobre o chão. Na frente, o paralelepípedo do concreto com vidro dos três lados sobre pilotis contrasta com a construção sólida dos fundos.
A casa, mais conhecida como " caixa de vidro", protege e abriga seus usuários sem interferir na vegetação, aproveitando ao máximo a paisagem da cidade que se vê ao longe. O acesso à casa é feito pela escada com degraus de granito natural e estrutura metálica.
A grande sala, que congrega o estar em torno da lareira, o estúdio por todo o espaço, a biblioteca composta de livros de Arte e de Arquitetura e inúmeros objetos espalhados, parece um acervo de museu.
A exposição da sala para sul-sudeste permitiu a eliminação de venezianas e quebra-sol: a proteção faz-se com cortinas.
No meio deste espaço contínuo, uma área interna, uma espécie de pátio suspenso, orientada para noroeste e nordeste permite melhores condições térmicas e ventilação. Ainda neste espeço, o volume de escada e lavabo separa o vestíbulo da biblioteca. A continuação das paredes envidraçadas nas fachadas laterais é de chapa de ferro duplo com isolamento de lã de vidro.
Os quatro dormitórios alinhados com dois banheiros, eles se ligam pelo corredor que percorre internamente a casa. Um jardim fechado de um lado divide a parte de serviço da parte dos fundos: as duas comunicam-se através da cozinha.
A estrutura de tubos Mannesmann sustenta uma plataforma levíssima de concreto armado tipo "formas perdidas". A cobertura, uma laje finíssima de concreto, foi recoberta de Eternit e isolada com lã de vidro, apresentando na parte interna a inclinação necessária para o escoamento das águas pluviais.

Materiais Empregados

Estrutura: Vigas de concreto armado pilares de tubos e aço mannesmann com 7 cm de diâmetro.
Cobertura: Telha ondulada de fibrocimento com isolamento de lã de vidro.
Laje: Caixão perdido com vigas invertidas de concreto armado.
Alvenaria: Tijolo revestido com massa.
Escada: Estrutura metálica com degraus de granito.
Vedação lateral: Chapa de ferro duplo com isolamento de lã de vidro.
Caixilhas: Ferro pintado.
Vidro: Temperados.
Revestimentos: Latéx branco, vidrotil cinza (banheiros), fórmica (cozinha), azulejo (cozinha, banheiro empregada, lavanderia).
Pisos: Pedra (pilotis) vidrotil azul azul (sala, banheiros), taco (dormitórios, dormitório empregada, sala empregada, corredor) vidrotil preto (cozinha) cerâmica vermelha (área de serviço).

FONTE: ACAYABA, Marlene Milan. In: Residências em São Paulo: 1947-1975. São Paulo: Projeto Editores, 1987.













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